Sudeste concentra cerca de 50% dos programas de residência médica no Brasil, diz Ministério da Saúde
Brasil tem 353.287 médicos especialistas e 244.141 médicos generalistas
A região Sudeste concentra aproximadamente 50% dos programas de residência médica no Brasil, enquanto o Norte conta com menos de 5% do total, de acordo com a Demografia Médica de 2025.
Para reduzir a desigualdade regional de qualificação médica, o Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira, a abertura de dois novos editais voltados para especialização em áreas desassistidas.
Um dos editais deverá ser publicado em setembro e trará 3 mil bolsas de residência médica com formação prevista para 2028, com prioridade para a Amazônia Legal, o Nordeste e regiões que apresentam número de especialistas abaixo da média nacional.
O segundo será para médicos especialistas que queiram aprimorar a formação em seis áreas: oncologia, ginecologia, cardiologia, cirurgia geral, anestesiologia e apoio diagnóstico — especialidades prioritárias na política Agora Tem Especialistas, que visa a reduzir o tempo de espera para atendimentos especializados no SUS.
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As bolsas serão de até R$ 10 mil, distribuídas em territórios com maior tempo de espera nas filas, e os profissionais já poderão começar a atuar em setembro de 2025.
Ao longo da especialização, os médicos receberão e técnico, imersões presenciais e acompanhamento pedagógico de instituições privadas, como o Hospital Albert Einstein, o Sírio-Libanês, o Hcor e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, além da rede de Hospitais Universitários Federais (Ebserh).
Segundo o ministério, o investimento nas 3.500 vagas em junho é de R$ 260 milhões.
— O que já vinha sido feito com muito esforço não era suficiente para dar conta do problema. Não vamos resolver todas as questões, mas vamos avançar nesse período em que estamos a frente do Ministério da Saúde — declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre a insuficiência de médicos especialistas no SUS.
Como revelou O Globo em março, o tempo médio de espera para uma consulta no SUS nunca foi tão longo. Números do Ministério da Saúde obtidos via Lei de o à Informação (LAI) mostram que pacientes precisaram aguardar, em média, quase dois meses (57 dias) para serem atendidos em 2024.
O Brasil possui 353.287 médicos especialistas, e 244.141 médicos generalistas. Hoje, segundo dados da Saúde, somente 10% dos especialistas atendem exclusivamente no SUS. Além disso, esses profissionais estão concentrados no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
A estimativa do governo é que, com a nova política Agora Tem Especialistas, seja possível expandir em até 30% os atendimentos em policlínicas, UPAs, ambulatórios e salas de cirurgia em todo o país.