Dia do Bolo de Rolo: 17 de maio é a data oficial do Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco
Saiba como uma das receitas mais conhecidas do estado surgiu
Foi em 2008, por dispositivo de lei estadual, que o bolo de rolo foi alçado a Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco - o que só confirmava o que todo pernambucano já sabia: que o doce tem a alma do estado. Verdadeiro prato símbolo da culinária local, o bolo de rolo tem, inclusive, um dia para chamar de seu.
É em 17 de maio que, anualmente, celebramos o Dia do Bolo de Rolo. Não deixe ar a data em vão, corte uma fatia, faça um café e comemore a sobremesa pernambucana mais conhecida no Brasil. E uma das mais deliciosas também.
Se pode ficar melhor que isso? Com certeza! Coloque por cima do bolo um pedaço generoso de queijo do reino e sinta que está no paraíso.
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De onde vem?
Há algumas teorias para o surgimento desse doce feito com massa de farinha de trigo, ovos, manteiga, açúcar e goiabada. Mas a mais provável é defendida pela pesquisadora Lecticia Cavalcanti, que aponta para Portugal como principal fonte de inspiração para o bolo de rolo.
Segundo Cavalcanti, a receita deriva do colchão de noiva português, uma massa enrolada e recheada com nozes, jogando para longe a possibilidade de que o nosso bolo tradicional teria algo a ver com o rocambole.
Até porque, fosse inspirado no rocambole, teria inevitavelmente usado a receita do pão de ló, chegado ao Brasil nos primórdios do século XVII - e reproduzido, até hoje, sem nenhuma variação", confirma a pesquisadora.
Ao chegarem ao Brasil colônia, as damas portuguesas se depararam com a não existência de ingredientes comuns na Europa, como castanhas, marmelo, oleaginosas e canela, e viria dessa necessidade de adaptação a substituição de insumos estrangeiros pelos regionais.
É quando a goiabada, que recheia o bolo de rolo, entra nessa história. Abundante, a fruta tropical é o sabor do bolo original, o resto é conversa 'pra boi dormir', como se diz. Outra característica da sobremesa são as suas camadas finíssimas feitas à mão. Inigualáveis.
Afetivo
Para além da importância histórica do doce, muitos pernambucanos têm uma ligação afetiva com a receita. É o caso de Cristianne Barros, confeiteira e professora do Senac-PE, que destaca a importância da receita em várias gerações da sua família.
"A minha relação com o bolo de rolo está muito ligada a minha vó, porque ela é filha de português e tinha já essa receita. Eu lembro de que vovó fazia mais de 12 a 15 camadas, a textura do bolo ficava muito grande, e que ela comia com fatia de queijo do reino”, lembra Cristianne.
“É de total importância salvaguardar os saberes e os fazeres do bolo de rolo, para a perpetuação das novas gerações desse bolo tão rico e tão saboroso, único em nosso Pernambuco", finaliza a confeiteira.